Sonho e realidade: destapando a guela

Dentre tantas outras coisas, o que é um artista se não um pesquisador que enfatiza o belo e suas representações através das manifestações artísticas? Preciso aprimorar e deixar emergir o que é tão natural em mim, e que por ser natural acabo banalizando. Quero raízes negras e vermelhas, africanas e indígenas, quero essas cores em minha arte, quero essas valores em meu trabalho, quero principalmente, contemplar o fruto de todo o meu labor.

Quantos de nós passam a vida correndo contra o relógio, acordando atrasado, tomando um banho fubuia de manhã cedo e saindo de casa sem tomar um teco de café? Um processo doloroso que comprime o juízo e serve apenas para manter a dispensa colorida com alimentos e o botijão cheio. Manter os viveres é imprescindível, mas só isso é mortal.

Quem dera ser possível, abrir a boca e rasgar a garganta num grito de libertação. Vestir o uniforme de artesão e me sustentar nessa sociedade fria e mercenária. Quem dera ser possível acordar na hora de trabalhar, encher uma caneca de café e iniciar o trabalho, sem cobranças, sem excessos de cuidado com a embalagem da aparência com roupas e sapatos desconfortáveis, fazendo o que gosto, o meu melhor ofício... Quem dera...

É por essas e outras que evito sonhar, cada sonho louco da pêga!.. rsrrsr só sendo um Lely para desejar essas coisas!... O fato é que estou em processo de recuperação da saúde, nada extremamente grave, tive uma crise ferrenha de alergia que deu um revertério na traqueia, foi necessário injetar uns medicamentos na veia e fazer umas nebulizações. Graças a Deus, minha amiga irmã Clésia estava comigo e me acompanhou na clínica.

E graças também a ela ainda posso sonhar um pouco, estamos a todo vapor nos preparativos para comercialização dos nossos trabalhos na Orla aqui de Aracaju, em um estande numa galeria muito bem localizada. Que seja sucesso posto o sonho de trabalho e que seja eterno enquanto meus punhos aguentarem, amém!...