terça-feira, 19 de novembro de 2013

Está nascendo a Flor de Cactos Artesanatos



Saber fazer várias coisas, ter várias habilidades não significa ter competência suficiente para alcançar sucesso. Afinal, quem atira em várias direções acaba sem um alvo específico. Esse sou eu, tenho inúmeras habilidades e nenhum foco.

Cresci ouvindo que sou inteligente, mas nunca fui direcionado a “ser alguém na vida”. Lembro que minha habilidade com o desenho foi despertada na infância não como algo diferente que fazia, mas sim como uma forma de deixar-me quieto, uma espécie de castigo adocicado. Assim comecei a descobrir o mundo do desenho que mais tarde me trouxe o título de Bacharel em Design Gráfico.

Nas artes, via minha mãe sempre envolvida com tecidos e isopores, fazendo pinturas manuais em roupas e decorando festas infantis. Iniciei nesse processo e comecei a sentir o gostinho bom da responsabilidade de uma renda. Aos 12 anos de idade comecei a ser responsável pelos meus produtos de higiene pessoal, lanches e roupas. Isso me enche de orgulho, mas às vezes tenho a sensação de que queimei fases da infância e pré-adolescência trabalhando.

Tive outras atividades, mas a que sempre me proporcionou maior prazer foi e continua sendo o artesanato. Já fiz coquetel em festa de rua, fui caixa na mercearia do meu pai, atendente de farmácia e atualmente Professor de Educação Tecnológica (Informática e Robótica) numa escola particular. O ofício atual garante meu viver, mas não tranquiliza minha mente deixando-me um tanto desequilibrado. Encontrei na reciclagem de papel jornal um mecanismo de desconstrução e reconstrução, uma forma de meditar e tirar proveito encontrando algumas soluções pertinentes aos dilemas que vivo atualmente. Chegar à comercialização é um grande desafio, pois bem sei que as pessoas apreciam o meu trabalho acham lindo enquanto acreditam ser alguma fibra natural tratada artesanalmente, e quando compreendem que é de jornal espantam-se, “ah! é jornal? Nem parece” e depois disso desvalorizam financeiramente meu trabalho. Por isso, tenho receio e nem sei como comercializar ou mesmo estabelecer valores para o que faço.

Agora a empreitada ficou séria e em parceria com minha irmã Clésia Sabra Santana, temos a possibilidade de comercialização em um ponto privilegiadíssimo aqui em Aracaju, a Feira do Turista, na Orla de Atalaia onde ela conseguiu um espaço para abrir uma loja como nome Flor de Cactos Artesanatos. Estou ajustando a produção ao meu tempo livre, bastante esperançoso dos resultados positivos. Por enquanto, na loja, muitos visitantes admirando o trabalho, identificando o material (jornal), revelando que também fazem um trabalho similar mas venda efetiva são poucas, pouquíssimas. Isso me faz refletir sobre dois pontos: aceitação/rejeição do trabalho ou valores exagerados.

Enquanto a compreensão acerca desse dilema não vem à tona vou enchendo as prateleiras e estantes da loja...






Um comentário:

  1. Meu caro irmão, rejeição ao trabalho? nem pense nisso. Admirar e comprar são coisas diferentes. Quanto ao comprar esperemos um pouco mais.
    :)
    Estou muito contente de estar junto nessa empreitada. feliz.com

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